Equipamentos médicos Hospitalares – Aquisição e Cuidados – Parte 2

5 de fevereiro de 2021 Equipamentos médicos hospitalares

Na primeira parte desse artigo falamos sobre a importância dos equipamentos médicos hospitalares para agilizar o atendimento e oferecer diagnóstico assertivo e tratamento de qualidade aos pacientes.

Além disso, falamos da classificação dos dispositivos – determinada pela Anvisa – quanto ao risco que oferecem para o ser humano e o enquadramento, relativo à finalidade de cada equipamento. Também aprendemos que uma máquina pode ter grau de risco diferente de seus componentes, mesmo que funcionem em conjunto.

Agora chegou o momento de conhecer as práticas que aumentam a vida útil dos equipamentos e mantêm o alto desempenho.

Gerenciamento da manutenção de Equipamentos médicos Hospitalares

Como citamos na primeira parte do artigo, existem cerca de 10 mil tipos de equipamentos hospitalares. Entre eles podemos destacar os mais encontrados:

  • Berço aquecido
  • Cadeira para coleta de sangue
  • Carrinho de emergência
  • Desfibriladores e cardioversores
  • Detector Fetal
  • Eletrocardiógrafo
  • Endoscópio
  • Hamper
  • Mamógrafo digital
  • Monitor holter
  • Oxímetro de pulso
  • Tomógrafo
  • Ventilador pulmonar

Claro que, para ter produtividade e resultado, é preciso manter todos os aparelhos em pleno funcionamento com a sistematização dos processos e criação uma agenda de inspeção periódica e manutenção preventiva.

Aliás, a Anvisa determina que os hospitais tenham um Plano de Gerenciamento, seguindo o regulamento da RDC nº 2/2010, detalhando a padronização desse processo. Os profissionais que operam tais máquinas devem estar cientes do Plano, evitando desgaste desnecessário dos equipamentos.

Dentre os métodos de conservação e correção é preciso atentar para os pontos que vamos destacar abaixo.

  • Documento oficial

A Anvisa é rigorosa em termos de documentação, sobretudo para aprovar ou não os equipamentos. O mesmo acontece com os papéis relacionado aos produtos adquiridos.
É essencial guardar nota fiscal, documento de garantia, contratos de compra ou locação, manual do fabricante, registro de calibragem, entre outros que podem ser gerados com o passar do tempo e uso.

  • Inventário

Para garantir que os equipamentos estejam em funcionamento é necessário, em primeiro lugar, registrar todos os aparelhos, insumos e instrumentos, inclusive os que estiverem em estoque.

A dica é separar por categoria – equipamento de imagem, de monitoramento, medicamento, entre outros – e registrar um identificador, que irá facilitar no rastreamento e, assim, agilizar o reparo quando necessário. Outros dados também são úteis, como:

  • Quantidade no estoque e em uso
  • Número de série
  • Data de aquisição
  • Data de reparo
  • Tempo de atividade/ inatividade
  • Frequência de falha
  • Dispositivo alternativo
  • Custo médio de reparo

Todas essas informações são importantes para determinar, por exemplo, se já é hora de adquirir um novo aparelho caso o mesmo esteja apresentando problemas recorrentes após tentativas de reparo.

Além disso, é importante orientar os profissionais a relatarem qualquer alteração no funcionamento com o intuito de evitar problemas mais graves futuramente.

  • Transporte

Equipamentos médicos são frágeis e devem ser transportados com cuidado. Uma simples batida pode danificar o aparelho. Por isso, antes de mudar o dispositivo de lugar, é preciso pensar no trajeto que será feito – evitando escadas, por exemplo – e contar com equipes especializadas nesse tipo de transporte. A regra vale tanto para curtas – no próprio hospital – como em longa distância.

  • Instalação

Ao ligar qualquer aparelho médico hospitalar, é preciso antes de tudo ler o manual disponibilizado pelo fabricante e entender seu correto funcionamento. Deve-se, também, atentar para o ambiente onde equipamento será instalado, verificando se a voltagem disponível no cômodo é a mesma requerida, temperatura ambiente, umidade e luminosidade. Esses são fatores importantes que garantem o bom funcionamento e aumentam a vida útil dos aparelhos.

  • Calibragem

Calibrar um equipamento médico hospitalar é, basicamente, verificar se o funcionamento está correto. É por meio da calibragem que médicos e técnicos avaliam o desempenho da máquina.

O manual de uso fornecido pelo fabricante especifica o intervalo de tempo que o aparelho deve ser calibrado. Entretanto, algumas situações também exigem que o processo seja realizado antes da utilização em pacientes. São elas:

Transporte: após mudar o aparelho de local é preciso verificar se houve alteração no mesmo.

Trauma: não é só o transporte que pode desregular. Impactos físicos de qualquer natureza podem afetar o funcionamento.

Frequência de uso: caso a necessidade de utilização do aparelho aumente, é importante reduzir o intervalo de calibragem recomendada pelo fabricante.

  • Limpeza

Por último e não menos importante, é necessário manter os aparelhos limpos, já que estamos falando de um ambiente hospitalar, que requer o máximo de higiene e cuidado. São três tipos:

Geral: retirada de poeira ou qualquer vestígio de sujeira que pode estar no equipamento.

Desinfecção: feita com produtos específicos para reduzir a quantidade de microrganismo no ambiente.

Esterilização: realizada para eliminar qualquer microrganismo do ambiente.

Como adquirir Equipamentos Médicos Hospitalares

E quais as opções de aquisição para equipar o hospital? Devido ao alto custo de compra de um aparelho, algumas instituições optam por alugar ou manter um contrato de comodato. A melhor alternativa depende dos valores, quantidade de uso e tipo de equipamento.

  • Compra

Modelo de aquisição ideal para equipamentos de baixo e médio custo, além daqueles com alto índice de utilização. O equipamento próprio estará sempre disponível para o hospital, que terá a liberdade de explorar todos os recursos disponíveis, principalmente se tiver funções que atendam a diferentes tipos de exame.

A desvantagem da aquisição vitalícia é quanto aos aparelhos de custo elevado, os que exigem manutenção com maior frequência e que precisam de profissionais especializados, tanto para operar os equipamentos como para interpretar o laudo do exame.

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Outro ponto negativo é quanto à atualização de tecnologia. Surgindo um aparelho mais moderno e completo, o hospital deve investir no equipamento para manter a qualidade do atendimento. Isso quer dizer que o dispositivo, que está ultrapassado, será vendido por um valor abaixo do mercado ou ficará sem uso.

  • Aluguel

Muitos gestores preferem alugar os equipamentos devido aos benefícios inclusos no contrato, como manutenção agendada gratuita e possibilidade de máquina reserva. É uma alternativa viável para ter aparelhos de última geração no hospital com custo menor.

Da mesma forma que a compra, o hospital ficará responsável por contratar os profissionais, gerando custos com folha salarial além do pagamento mensal do equipamento.

  • Comodato

Esse formato de aquisição reúne vantagens da compra e do aluguel com benefícios que podem fazer a diferença. O equipamento fica disponível nas dependências do hospital como um empréstimo, isento de pagamento de taxa mensal pela utilização.

O modelo é ideal nos casos de equipamentos de última geração, que tem alto custo de compra e demandam treinamento para operar e gerar os resultados.

No comodato, a própria fabricante ou empresa ligada a ela, por meio de sistema de telemedicina, oferece uma equipe que converte os resultados emitidos pela máquina em laudo. Além disso, o hospital tem direito a treinamento de pessoal para operar os dispositivos.

O custo pode ser mais alto que as outras duas formas, mas é preciso lembrar que estão inclusos aparelhos capazes de identificar com precisão a presença de alguma alteração no organismo do paciente.

Chegamos ao final desse artigo que foi dividido em duas partes. Agora, você já sabe a importância de equipar o hospital, manter as máquinas funcionamento e as formas de adquiri-las e oferecer atendimento de qualidade para os pacientes.

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